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BRASIL AFIRMA QUE RELAÇÃO DENTRO DO MERCOSUL PRECISA MELHORAR


O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, cobrou dos demais países do Mercosul esforço maior para aumentar o fluxo de comércio e "fluidez" no bloco. No seu discurso, durante a reunião ampliada do Conselho de Ministros - da qual participam também os países associados e convidados -, Figueiredo afirmou que é necessário "resguardar os ganhos das últimas duas décadas".

O ministro endereçou o recado a todos os presentes, mas o alvo prioritário das queixas brasileiras é a Argentina. Apesar da compreensão do Brasil com os problemas do vizinho, as reclamações frequentes são relativas a barreiras não tarifárias impostas periodicamente pelo governo argentino a produtos brasileiros.

"O comércio interno é o elemento de maior impacto na imagem do Mercosul. Precisamos renovar a fluidez do nosso comércio", pediu o ministro. "Precisamos reafirmar nossa estratégia de inserção externa para atender às expectativas de nossas empresas", argumentou o ministro.

Figueiredo reafirmou a proposta brasileira de antecipar para o fim deste ano o prazo de desgravação tarifária com os demais países da América do Sul, na verdade, o Brasil mira Chile, Peru e Colômbia, países com os quais o Mercosul já tem tarifas zero para mais de 90% dos produtos e recebe o mesmo tratamento. A exceção é a Colômbia, que oferece ao Brasil apenas 58%.

O chanceler brasileiro também defendeu a proposta de acordo comercial com a União Europeia. "O Brasil mantém firme seu interesse. Todos os países já alcançaram ofertas compatíveis com os compromissos assumidos", disse, repetindo a afirmação de que o bloco está pronto e espera pelos europeus.

Agenda regional

Os presidentes dos países do Mercosul viajaram ontem a Caracas para a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que acontecerá hoje (29) durante toda a manhã. A última Cúpula do Mercosul aconteceu em julho de 2013 e a seguinte seria em dezembro do mesmo ano, mas alguns acontecimentos, como a crise na Venezuela e incompatibilidades nas agendas dos líderes do bloco, provocaram quatro adiamentos seguidos.

As presidentas do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, e os presidentes do Uruguai, José Mujica, do Paraguai, Horacio Cartes, e da Venezuela, Nicolás Maduro, anfitrião do encontro, discutirão temas que ficaram pendentes desde a última reunião, em Montevidéu, no Uruguai, como a elaboração da proposta comum que precisa ser apresentada à União Europeia (UE) para avançar o acordo de livre comércio entre os dois blocos.

Alguns temas mais urgentes, no entanto, prometem tomar a maior parte das discussões. O litígio do governo argentino com credores internacionais chamados de "fundos abutres", eleva o risco de a Argentina decretar a segunda moratória da dívida externa em 13 anos, o que pioraria ainda mais a crise econômica no país e teria impactos negativos, nos países do bloco, inclusive nas negociações para o acordo comercial com a União Europeia.




Fonte: Diário do Comércio e Indústria